Por onde é que eu ando?

O Fernando tinha/tem muitos amigos, de muitos lugares diferentes, grupos distintos, que o conheciam e chamavam por diversos apelidos: Barrão, Mineiro, Fervil... Como ele era um só, os grupos de amigos não podiam contar com a presença dele em todos os eventos, o que acabou virando, no nosso grupo (da PUC), uma piada:
Todos reunidos e alguém perguntava :
- "Cadê o Barrão? Ele vem?"
Outro respondia:
- "Duvido!"
E aí, como que por encanto, de repente ele estava do nosso lado.

É claro que acontecia também o contrário. Quando ele dava certeza que ia, ah maluco, aí cadê o Barrão?

Mas um dia ele soltou uma pérola. Pelos fatos aqui apresentados, nem preciso dizer que sempre que ele "aparecia" as pessoas falavam "Tá sumido, cara!" e, numa destas, ele respondeu "Pô, todo mundo me fala isso! Por onde é que eu ando, então?".

Bem! Não preciso dizer mais nada, né?
Baseada nesta pérola, escrevi o texto abaixo em homenagem a ele.

"Por onde é que eu ando?"

Mineiro,
Você está aqui em cada um de nós
que tem uma lembrança sua,
uma história marcante pra contar.
Você está nas atitudes dos seus amigos
que se juntaram para lutar contra a violência,
que se uniram por você, por todos nós,
para formar e fazer uso da inteligência coletiva.

Fervil,
Você está aqui na internet,
conectando pessoas,
fortalecendo idéias.
Propagando sua mensagem de amor pela vida, ainda que em morte.
Incentivando as pessoas a confiarem mais nelas mesmas,
a não deixarem nada para amanhã.

Fernando,
seus pensamentos estão circulando na Noosfera.
Sua essência está em seu pai, em sua mãe e em suas irmãs,
que têm a sua mesma doçura no sorriso
e o mesmo brilho no olhar.
Detalhes que nos fazem continuar tendo fé e esperança
em um mundo que às vezes pode parecer tão cruel...

E nós, Barrão, você sabe?
Por onde nós andamos?