É tempo de quê?

Acho que a maioria das pessoas que conheceram o Fervil, e que tiveram um pouquinho de contato/convivência com ele em algum momento de suas vidas, deve estar sentindo a mesma coisa que eu: a vontade de não deixar mais nada pra depois.

Pra mim a perda deste grande amigo está significando uma nova etapa em minha vida. Me deixou mais ousada. Me fez enxergar o mundo de outra forma, valorizar mais algumas coisas e perceber que muitas outras são bobagens. Vou me cuidar mais para não deixar a sociedade me massacrar com suas "imposições frenéticas" que engolem nosso tempo e impedem que nossa energia seja canalizada para algo que realmente faça sentido. Aquelas frases do tipo “Não, agora não tenho tempo pra isso” ou “eu ainda vou falar isso pra ele/ela” já não cabem mais em minha vida. Resolvi zerar tudo. Começar um novo ciclo. Me reinventar, ou melhor, finalmente ser aquela pessoa que só existia em planos:

- Resgatei meus projetos pessoais, estou me virando para colocá-los em prática.
- Aquelas coisas que eu sempre quis dizer pra determinadas pessoas, vão ser – e já estão sendo - ditas (se alguém aí receber um telefonema inusitado meu chamando pra tomar um chope, já sabe! )
- Não adio um dia sequer o meu estudo sobre a espiritualidade, a busca pelo que realmente faz sentido pra mim a respeito do que se entende por alma, sentido da vida e da morte.
- Lutar contra a violência, contribuir e somar forças ao invés de apenas reclamar que minha cidade/país está se tornando inabitável também se tornou questão primordial em minha vida.
- Estou trabalhando para colocar pra fora os meus sentimentos, deixar de ter vergonha e demonstrar para as pessoas o que eu sinto por elas. (Notem que muitas das pessoas que já convivem há anos com você não têm a mínima idéia do quanto você gosta delas. Experimentem dizer isso a elas e vejam como as reações são incríveis.)

Essas decisões são apenas alguns exemplos.
Me sinto uma fênix - reduzida a pó e renascendo das cinzas.


"O tempo é muito lento para os que esperam,
muito rápido para os que têm medo,
muito longo para os que lamentam,
muito curto para os que festejam.
Mas, para os que amam, o tempo é eternidade... "
(William Shakespeare)