Transbordei!

Criei este blog logo após a morte de Fernando Villela(Mineiro, FerVil), que foi uma das pessoas mais especiais em minha vida. Minha mente, meu coração e minha alma estão repletos de sentimentos confusos, sufocantes, e lembranças maravilhosas de meu querido amigo. Senti a necessidade de colocar pra fora, compartilhar, registrar e achei que a criação de um blog teria tudo a ver com ele. Transbordei!

sábado, julho 31, 2004

Manifesto da família e dos amigos de Fervil

Ontem, dia 30 de julho de 2004, foi publicado no jornal O Globo parte do manifesto da família e amigos do Fernando. Aqui está o manifesto na íntegra enviado pela Isabella Saes, também muito amiga do Fernando, à comunidade Fervil Vive criada no Orkut. Obrigada Isabella!

“Em 1998, a estudante Ana Carolina foi morta em uma tentativa de assalto na saída do Túnel Santa Bárbara, em Laranjeiras. Ela tentou escapar ao ser abordada pelos bandidos e, ao acelerar, foi atingida pelos tiros. O crime chocou os cariocas e até hoje é lembrado como um triste capítulo na história de violência da cidade. Na última segunda-feira, a vida de Fernando Villela, nosso querido Fervil, foi friamente interrompida pouco antes do Túnel Santa Bárbara. A tragédia se repetiu. O que mudou foi a repercussão. A brutalidade, que marcará para sempre a vida da família e dos amigos de Fervil, já não causa o mesmo impacto. O carioca está sendo anestesiado pela violência que assola a cidade. Não houve pausa, minuto de silêncio. No dia seguinte, a guerra civil carioca fez mais uma vítima. E depois outra... Quatro mortes em uma semana, como noticiaram os jornais. Algo está errado. É preciso parar. Refletir. Já temos vítimas suficientes. Fervil inspirava os que estavam ao seu lado. Era batalhador, doce, espirituoso, sonhador e "fervilhante", como por muitos era chamado. Tinha uma legião de amigos. Não é justo que ele se transforme em um número a mais nas estatísticas de violência do Rio. Nosso grito é necessário, não pode ser calado. Nossa revolta tem que ser diária, nossa indignação não pode ser anestesiada. Em um ano de eleições, essa tragédia deve servir de alerta.”

No que depender de mim meu grito vai ser de estourar os tímpanos!
PAZ!!